quarta-feira, 13 de abril de 2016

Avaliação: avaliação interna e avaliação externa

Como referido na publicação anterior, propomos começar a abordar as questões da avaliação, após as publicações iniciais sobre a qualidade (de um modo genérico).

Assim, começamos por apresentar ou relembrar algumas definições de avaliação:

"Processo através do qual se delimitam, obtêm e fornecem informações úteis que permitam julgar decisões possíveis"
(Stufflebeam, 1980)

"(...) é um processo e não um produto, no entanto, é um processo que se justifica desde que se constitua como um ponto de apoio para tomar decisões racionais. Nesse sentido, a avaliação consiste num processo de identificação, recolha e tratamento de dados que vise obter informação que justifique uma determinada decisão."
(Tomás Escudero Escorza, 1980)

Ou seja, avaliação...



No "Guia Prático Auto-avaliação de Escolas", os autores (Vítor Alaiz, Eunice Góis e Conceição Gonçalves) referem o seguinte, no que respeita a aplicação destes conceitos às Escolas:

"A avaliação consubstancia-se, assim, na recolha e tratamento de informação que, constituindo o referido, permitem a comparação com o padrão, o referente; essa comparação expressa-se no juízo de valor".

Assim, sobre a avaliação de organizações escolares, estes autores distinguem "duas grandes formas de avaliação de escolas, tendo em conta os principais agentes da mesma:

Avaliação interna: é aquela em que o processo é conduzido e realizado exclusivamente (ou quase) por membros da comunidade educativa da escola.Pode ser definida como a análise sistemática de uma escola, realizada pelos membros de uma comunidade escolar, com vista a identificar os seus pontos fortes e francos e a possibilitar a elaboração de planos de melhoria (...).

Avaliação externa: é aquela em que o processo é realizado por agentes externos à escola (pertencentes a agências de avaliação públicas ou privadas), ainda que com a colaboração indispensável de membros da escola avaliada.

(...) Estas duas formas de avaliação de escola são, por vezes, apresentadas uma contra a outra. (...) Porém, esta oposição tende a ser ultrapassada em vários sistemas educativos pelos esforços no sentido de encontrar formas que respondam adequadamente às diferentes críticas que têm sido apresentadas, nomeadamente pelo recurso a abordagens que integrem os aspetos considerados mais positivos das duas formas de avaliação."

Estes autores (na obra supra citada) referem ainda, relativamente à avaliação externa, algo que a meu ver é muito relevante: 
"Apesar de a publicação destes resultados ter suscitado reações a diferentes níveis de decisão, desconhece-se o seu impacto real na opinião pública, no sistema educativo e, particularmente, nas escolas. No entanto, a massa de informação que eles proporcionaram era suficiente para permitir intervenções, quer a nível do sistema, quer a nível das escolas. Estas devem olhar para os resultados das avaliações externas e desenvolver processos reflexivos e interrogar-se: Por que é que os nossos alunos obtiveram estes resultados? O que fizemos bem? Em que errámos? Que precisamos de mudar? Que metas devemos estabelecer? Que estratégias necessitamos de utilizar para alcançar os objetivos que nos propomos?"

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