Vítor Alaiz (Avaliação de Escolas, 2003), no âmbito da autoavaliação de escolas defende que é possível distinguir duas conceções de autoavaliação, tendo por base o papel que nela é desempenhado pelo corpo docente, ou seja:
"Conceção restrita: considera que a tarefa de autoavaliação exige conhecimentos técnicos relativamente complexos , por isso a autoavaliação de escola só pode ser levada a cabo por professores;
Conceção ampla: considera imprescindível que a escola tenha em conta as perspetivas dos pais, dos alunos, dos autarcas e de outros cidadãos com interesses diretos ou indiretos na escola.
No entanto, na referida obra, refere ainda que "no contexto das escolas portuguesas, embora seja necessário desencadear o processo a partir de uma equipa de professores, a avaliação deve ter como horizonte o alargamento a toda a comunidade educativa."
Assim, para Vítor Alaiz, a autoavaliação, apresenta um conjunto de características que se podem resumir assim:
- É um processo de melhoria da escola, conduzido através quer da construção de referenciais, quer da procura de provas (evidências) para a formulação de juízos de valor;
- É um exercício coletivo que assenta no diálogo e no confronto de perspetivas sobre o sentido a razão de ser da escola (organização);
- É um processo de desenvolvimento profissional;
- É um ato de responsabilidade social;
- É uma avaliação orientada para a utilização;
- É um processo conduzido internamente, mas que pode contar com a intervenção de agentes externos.
Neste assunto, eu vou um "pouco mais longe". Na minha opinião uma equipa de autoavaliação deve sempre ser representativa da organização. É um processo que para o seu sucesso necessita do envolvimento e interesse de todos. Só assim um processo de autoavaliação poderá ter sucesso. No momento de criação dos questionários ou de qualquer instrumento a ser utilizado no processo de autoaaliação, a equipa deverá ser representativa. Só assim conseguiremos obter todas as informações necessárias, identificar todos os riscos possíveis, criar o instrumento o mais adequado possível à realidade, para não se correr o risco de questionar sobre algo que não se enquadra, que na realidade não faz sentido.
Para mim, a autoavaliação é ainda um instrumento:
- poderoso nos processos de mudança;
- que permite tomarmos consciência do estado em que a nossa organização se encontra;
- que fornece pistas em relação às áreas mais e menos desenvolvidas (pontos fortes e aspetos a melhorar), permitindo identificar oportunidades de melhoria.
Isto porque, uma organização deve saber:
- quais os seus objetivos;
- qual o nível de concretização dos objetivos;
- quais seus pontos fortes e quais os pontos fracos, ou seja, o que deve manter e o que necessita de melhorar;
- se as mudanças que têm vindo a ser implementadas estão a ter sucesso, se estão a alcançar os objetivos previamente definidos.
Imagem retirada da Internet |
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