terça-feira, 31 de maio de 2016

II Encontro Nacional da CAF (Inscrições)

As inscrições para o II Encontro Nacional da CAF já estão abertas (já tinha falado deste encontro aqui). O encontro terá lugar nos dias 29 e 30 de Junho. O custo da inscrição são 20,00€ e o número limite de inscrições está condicionado à capacidade da sala.

Podem consultar todas as informações necessárias no site da DGAEP (aqui).


Uma oportunidade para conhecer outras experiências com a operacionalização deste modelo.

Boa semana! 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Liderar um processo de qualidade...

Não devemos esquecer que, para liderar um processo de qualidade, é importante: 
- Assumir que um processo da qualidade tem vantagens para todos;
- Exemplificar com as coisas que as pessoas querem ver mudadas;
- Informar, fomentar a participação e comunicar;
- Começar por áreas que permitam ver resultados no curto prazo;
- Começar por ser o dirigente a mudar.







Boa semana! :)

Obrigada pela visita!

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Conceitos para a autoavaliação...

Alguns conceitos importantes para um processo de autoavaliação:

- Liderança e Recursos Humanos;
- Planeamento e estratégia;
- Processos;
- Satisfação do Cidadão/Cliente;
- Resultados

Nas próximas publicações iremos abordar algumas questões essenciais a ter em atenção, sobre cada um destes conceitos, num processo de autoavaliação.

Bom fim de semana!

terça-feira, 17 de maio de 2016

10 Aspetos a ter em atenção...

Ainda no que respeita ao processo de autoavaliação, existem alguns aspetos que podem ser preponderantes no sucesso da sua operacionalização e desenvolvimento.

Alexandre Ventura refere alguns aspetos importantes a ter em conta num processo de autoavaliação, designadamente:
- Iniciativa própria do estabelecimento de ensino;
- Clareza quanto aos objetivos do processo de autoavaliação;
- Ação duradoura e não apenas um esforço temporal;
- Liderança sistemática e continuada do processo;
- Envolvimento do maior número possível de atores da comunidade;
- Avaliar e melhorar um número reduzido de aspetos de cada vez;
- Celebração dos "pequenos triunfos";
- Construção de planos de ação;
- Acompanhamento e/ou apoio externo, somente como um aspeto opcional.

Neste sentido, acrescentando um pouco do que penso sobre estes aspetos, que, a meu ver, são essenciais para o sucesso de um processo de autoavaliação:

Iniciativa própria do estabelecimento de ensino: um estabelecimento de ensino pode iniciar um processo de autoavaliação, por vontade própria ou por se sentir pressionado pro imposições legais, por exemplo. No entanto, a meu ver, é importante que o processo tenho início por vontade da direção, por saberem que chegou o momento. Isso significa que existirá um comprometimento com o processo, que se reconhecem os benefícios e vantagens da sua operacionalização.

Clareza quanto aos objetivos do processo de autoavaliação: necessário em qualquer projeto, em qualquer processo. Só com objetivos claros conseguimos saber para onde devemos ir, qual o caminho a seguir. Só assim será possível monitorizar o processo e saber se conseguimos alcançar os nossos objetivos, não nos desviando do nosso caminho durante o processo.

Ação duradoura e não apenas um esforço temporal: um processo de autoavaliação (seja qual for o modelo seguido) exige um esforço adicional e somente poderá funcionar como um instrumento de gestão se for entendido como tal. Ou seja, não deverá ser aplicado uma só vez. Isso não dirá nada sobre a organização. Não irá permitir que se veja a sua evolução, que se veja o resultado do processo de autoavaliação. Sempre no caminho da melhoria contínua, este também deverá ser um processo contínuo.

Liderança sistemática e continuada do processo: o compromisso da organização, da equipa de autoavaliação, da própria direção, com o processo de autoavaliação. O reconhecer as vantagens do processo e como o mesmo poderá ser um precioso instrumento de gestão, de apoio à decisão (baseada em factos).

Envolvimento do maior número possível de atores da comunidade: um processo de autoavaliação terá maior sucesso quanto maior for o envolvimento de todos, pelo menos daqueles que mantêm uma relação direta com o estabelecimento de ensino em causa. O envolvimento de todos é crucial. O facto de todos terem a oportunidade de participar, de sentir que fazem parte do processo irá também diminuir possíveis resistências à mudança, no decorrer do processo.

Avaliar e melhorar um número reduzido de aspetos de cada vez: tal como em tudo less is more. Não nos interessa que no final do processo se tenha imensa informação, se não a conseguirmos tratar/analisar. Interessa sim, sabermos o que estamos a avaliar, daí retirar os pontos fortes e os aspetos a melhorar. E, caso sejam identificados muitos aspetos a melhor, é importante que se faça uma priorização desses aspetos. É crucial que exista um compromisso, ou seja, que depois de apresentado um plano de ações de melhoria, o mesmo seja implementado tal como planeado. Que seja apresentados os resultados a toda a comunidade.

Celebração dos "pequenos triunfos": tudo o que conseguirmos alcançar neste e com este processo deverá ser celebrado, aliás, mais uma vez, como em tudo na vida. As conquistas, mesmo as mais pequenas, deverão ser celebradas. 

Construção de planos de ação: os planos de ação são cruciais. A sua veracidade é fundamental para este processo. O compromisso assumido na criação dos mesmos é essencial, ou seja, o facto de cumprirmos o nosso plano, de procedermos à sua monitorização, de o avaliarmos. Tudo representa o compromisso com o processo em si e com todos os envolvidos, todos aqueles que participaram, todos os que pertencem à nossa organização.

Acompanhamento e/ou apoio externo, somente como um aspeto opcional: reforço que este é um aspeto completamente opcional. Recordo que a Escola que obteve a melhor avaliação no primeiro ano de avaliações externas (IGE), não teve qualquer ajuda/apoio externo. Construiu um modelo próprio de avaliação, completamente adaptado à sua realidade e necessidades.

Eu acrescento mais um aspeto, a meu ver, crucial e que se relaciona com todos os outros referidos anteriormente:
A Equipa de Autoavaliação: elemento fundamental para a operacionalização de qualquer processo de autoavaliação, independentemente do modelo seguido. 





segunda-feira, 16 de maio de 2016

Alguns cuidados a ter...

No seguimento do que apresentámos na última publicação sobre autoavaliação, é necessário também falarmos das possíveis "toxinas" da autoavaliação apresentadas por Alexandre Ventura (não me recordo qual a obra ou conferência, sei que apontei e tinha nas minhas notas mais antigas, apesar de, algumas delas, continuarem a parecer bastante atuais).

Assim, Alexandre Ventura falou-nos das "toxinas" da autoavaliação que se poderiam verificar num processo de autoavaliação de uma escola/agrupamento de escolas, identificando algumas, nomeadamente:
- Incoerência entre a prescrição legal e a prática da generalidade dos estabelecimentos de ensino;
- Inexistência de estruturas nacionais, regionais ou locais de apoio à realização de autoavaliação nas escolas;
- Inexistência de política articulada;
- Ausência de partilha de boas práticas;
- Reduzida notoriedade do que se vai fazendo devido à falta de divulgação;
- Perspetivas de curto prazo;
- Falta de impacto dos processos de autoavaliação ao nível da definição das políticas.

Pelos meus apontamentos da altura em que encontrei estas notas, faz-me crer que remontam a anos entre 2003 e 2006. No entanto, tal como referi, alguns aspetos ainda podem parecer reais, nomeadamente ao que se refere à divulgação do que as escolas ou organizações no âmbito da autoavaliação. Por isso, resolvi partilhá-las.

Assim, num qualquer processo de autoavaliação, devemos ter sempre presente que:
- A realidade é uma construção pessoal;
- A nossa capacidade de "ler" a realidade é sempre limitada e parcial;
- Uma escola é uma realidade muito complexa;
- Por muito esforçada que seja a nossa entrega a este processo, provavelmente iremos limitar-nos a vislumbrar parcelas da "realidade" ou "qualidade" da nossa escola.

E, estes são os aspetos com os quais devemos ter cuidado, os quais devemos evitar ou reduzir ao máximo. Como é que podemos fazer? Uma das formas será sempre através de evidências (algo que comprove a nossa avaliação e que nos apoio na decisão).

Qualquer que seja o modelo de autoavaliação escolhido pela escola, implica sempre uma equipa de autavaliação, ou seja, uma equipa responsável pela sua operacionalização. Neste sentido, apresentamos alguns cuidados a ter no que respeita aos avaliadores internos:
- Possível interesse encoberto num determinado resultado do processo de autoavaliação;
- Demasiado influenciados pela história e conhecimento das questões da organização;
- Por vezes, demasiado influenciados pelas perspetivas conhecidas da direção do estabelecimento de ensino;
- Pouca experiência no uso das técnicas de avaliação;
- Possível tendência para o favorecimento de programas desenvolvidas nos seus departamentos.
(Adaptado a partir de Feek (1988), Love (1991) e Clark (1999))

No entanto, deveremos ter sempre presente que, os avaliadores internos são aqueles que têm:
- Familiaridade com a história, políticas, problemas e cultura da organização;
- Maior empenho na implementação das recomendações da avaliação pelo facto de serem os responsáveis pela sua monitorização;
- Tendência para uma maior sintonia com a perspetiva da direção do estabelecimento de ensino sobre as preocupações centrais.
(Adaptado a partir de Feek (1988), Love (1991) e Clark (1999))

Na minha opinião, ninguém melhor do que as pessoas da escola para operacionalizarem este processo. Por vezes, apenas precisam de alguém que as ajude a pensar, quer as ajude a questionar, a refletir... Repito isto inúmeras vezes, desde 2002, e vou repetir mais uma vez: as escolas têm imenso trabalho feito, têm inúmeros dados, informações, indicadores, por vezes, só precisam de um pequeno apoio para poderem organizar tudo o que têm.

Como Vítor Alaiz refere no Webinar sobre  o papel do amigo crítico no apoio à autoavaliação como mecanismo de introdução de melhoria (disponível aqui):

O “amigo crítico” é “alguém de confiança que coloca questões provocatórias, fornece dados para serem analisados através de diferentes olhares e critica, como amigo, o trabalho de outra pessoa. Um amigo crítico leva tempo para compreender totalmente o contexto do trabalho apresentado e os resultados que a pessoa ou o grupo procura atingir. O amigo é um apoiante do sucesso desse trabalho.” (MacBeath, 205:267)"


Mas, nunca deveremos esquecer que um processo de autoavaliação é um processo de todos, que só enriquece com a participação e envolvimento de todos!



Boa semana!
"

terça-feira, 10 de maio de 2016

A autoavaliação...

Vítor Alaiz (Avaliação de Escolas, 2003), no âmbito da autoavaliação de escolas defende que é possível distinguir duas conceções de autoavaliação, tendo por base o papel que nela é desempenhado pelo corpo docente, ou seja:
"Conceção restrita: considera que a tarefa de autoavaliação exige conhecimentos técnicos relativamente  complexos , por isso a autoavaliação de escola só pode ser levada a cabo por professores;
Conceção ampla: considera imprescindível que a escola tenha em conta as perspetivas dos pais, dos alunos, dos autarcas e de outros cidadãos com interesses diretos ou indiretos na escola.

No entanto, na referida obra, refere ainda que "no contexto das escolas portuguesas, embora seja necessário desencadear o processo a partir de uma equipa de professores, a avaliação deve ter como horizonte o alargamento a toda a comunidade educativa."

Assim, para Vítor Alaiz, a autoavaliação, apresenta um conjunto de características que se podem resumir assim:
- É um processo de melhoria da escola, conduzido através quer da construção de referenciais, quer da procura de provas (evidências) para a formulação de juízos de valor;
- É um exercício coletivo que assenta no diálogo e no confronto de perspetivas sobre o sentido a razão de ser da escola (organização);
- É um processo de desenvolvimento profissional;
- É um ato de responsabilidade social;
- É uma avaliação orientada para a utilização;
- É um processo conduzido internamente, mas que pode contar com a intervenção de agentes externos.

Neste assunto, eu vou um "pouco mais longe". Na minha opinião uma equipa de autoavaliação deve sempre ser representativa da organização. É um processo que para o seu sucesso necessita do envolvimento e interesse de todos. Só assim um processo de autoavaliação poderá ter sucesso. No momento de criação dos questionários ou de qualquer instrumento a ser utilizado no processo de autoaaliação, a equipa deverá ser representativa. Só assim conseguiremos obter todas as informações necessárias, identificar todos os riscos possíveis, criar o instrumento o mais adequado possível à realidade, para não se correr o risco de questionar sobre algo que não se enquadra, que na realidade não faz sentido.

Para mim, a autoavaliação é ainda um instrumento:
- poderoso nos processos de mudança;
- que permite tomarmos consciência do estado em que a nossa organização se encontra;
- que fornece pistas em relação às áreas mais e menos desenvolvidas (pontos fortes e aspetos a melhorar), permitindo identificar oportunidades de melhoria.

Isto porque, uma organização deve saber:
- quais os seus objetivos;
- qual o nível de concretização dos objetivos;
- quais seus pontos fortes e quais os pontos fracos, ou seja, o que deve manter e o que necessita de melhorar;
- se as mudanças que têm vindo a ser implementadas estão a ter sucesso, se estão a alcançar os objetivos previamente definidos.

Imagem retirada da Internet